Teatro de Marionetas do Porto

Portugal

Wonderland
TEATRO MARIA MATOS
11 e 12 de Maio às 21h30

Encenação e cenografia: João Paulo Seara Cardoso Interpretação: Edgard Fernandes, Sara Henriques, Sérgio Rolo e Shirley Resende Marionetas: Júlio Vanzeler Música: Roberto Neulichedl Letra de canções: Maria de Noronha Tradução para inglês: John Havelda Figurinos: Pedro Ribeiro Coordenação de movimento: Isabel Barros Desenho de luz: António Real e Margarida Alves Produção: Sofia Carvalho Assistente de produção: Pedro Miguel Castro Assistente de encenação: Pedro Ribeiro Operação de luz e som: Margarida Alves Operação de legendagem: Pedro Castro Oficina de construção: Rui Pedro Rodrigues (coordenação), Inês Coutinho (pintura) e Nuno Valdemar Guedes Confecção de figurinos: Cláudia Ribeiro (coordenação), Celeste Marinho (mestra-costureira), Esperança Sousa (costureira), Catarina Barros (coordenação de adereços), Patrícia Mota (assistente de adereços) Construção cenográfica: Américo Castanheira/Tudo-Faço Fotografia de cena: Susana Neves Ilustração: Júlio Vanzeler Imagens projectadas: Fotografias de Alice Liddell por Lewis Carroll; Pinturas de Claude Monet (alteradas) Estagiária: Ângela Ribeiro Técnica: Mista Público-alvo: M/12 Duração: 60 min. Idioma: Português e Inglês Co-produção: Teatro de Marionetas do Porto e Cine-Teatro Constantino Nery Companhia subsidiada por: Ministério da Cultura/Direcção-Geral das Artes

A partir de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

Doze anos depois, o Teatro de Marionetas do Porto volta a abordar o universo fantástico e povoado de nonsense do diácono anglicano, fotógrafo e celebrado professor de matemática de Oxford, Charles Dogson, mais conhecido por Lewis Carroll. Desta vez o espectáculo destina-se a um público adulto e as personagens das histórias de Alice libertam-se do jogo da linguagem e emergem na sua dimensão onírica. Personagens que são como cartas que Lewis Carroll joga, inconscientemente, no seu jogo de amor com Alice.

Wonderland é o sonho de Alice sonhado por nós. Vamos com ela, atravessamos a floresta luminosa cheia de medos e segredos, inventamos caminhos que antes lá não existiam e deixamos Alice perdida. Quando Alice pergunta ao Gato: “Como posso sair daqui?”, o Gato responde: “Isso depende muito do sítio para onde queres ir”. Aí sentimos que o sonho inventado por Carroll para a sua Alice amada toca ao de leve a nossa realidade. E quando Alice, no seu percurso iniciático, alcança o jardim maravilhoso de rosas brancas da rainha nós estalamos os dedos para que o seu sonho (e o nosso) acabe no momento certo. Final feliz?
Marco este dia com uma pedra branca (do diário de Lewis Carroll).

O FIMFA volta a acolher uma das companhias portuguesas mais importantes e carismáticas que se afirmou nacional e internacionalmente, com uma nova visão de Alice…

Wonderland, a nova criação do Teatro de Marionetas do Porto, é mais uma descida aos infernos da Alice no País das Maravilhas, mas agora para adultos. Continuamos a ter alucinações, com este texto de Lewis Carroll… Wonderland não é exactamente um espectáculo: é uma alucinação… A Alice deles é isto: uma miúda morena, de cabelos pretos a dar pelo queixo e uns olhos gigantes, abertos mas para dentro, a engolir um sítio que ela não sabe onde fica e onde há flamingos, serviços de chá, cartas acabadas de chegar à caixa do correio, partidas de croquete e relógios parados no recreio da escola. Parece uma coisa de crianças, mas às tantas estamos no Inferno (há uma serpente, uma garrafa que diz bebe-me e uma Rainha de Copas especialmente carnívora), e este Inferno é um ambiente um bocado lynchiano… Wonderland é um país profundamente visual mas também profundamente sonoro em que nunca ninguém parece falar a nossa língua - e onde, no entanto, nunca chegamos realmente a sair de casa.
Inês Nadais, Público, 8 de Maio de 2009

As personagens de Alice no País das Maravilhas remetem o jogo da linguagem para segundo plano e mergulham numa dimensão onírica. Apenas Alice fala em português, reforçando a sua estranheza perante a Rainha de Copas, o Coelho Branco, o Gato Risonho e outras figuras bizarras, que mantêm o inglês original. Por uma questão de musicalidade e também para despertar o retrocesso no tempo e remeter o público para um ambiente de sonho. O lado profundo e absurdo da obra é explorado de forma mais visual, à maneira da companhia.
Joana Loureiro, Sete, 14 de Maio de 2009

O Teatro de Marionetas do Porto constitui-se em 1988 e, numa primeira fase, centra a sua actividade na criação de espectáculos que resultam da pesquisa do património popular. Desta fase, destaca-se o estudo e reconstituição da velha tradição portuguesa do Teatro Dom Roberto, fantoches da tradição portuguesa, que João Paulo Seara Cardoso herdara das mãos de Mestre António Dias, ultimo representante da geração de bonecreiros itinerantes, em 1980.

A partir das raízes, a companhia começa a progredir, ao longo de diversas criações com um certo cariz experimental, no sentido da procura de elementos de modernidade na marioneta. "Exit" (1998) é o espectáculo que mais claramente consolida este rumo.

A prática teatral da companhia, actualmente, revela uma visão não convencional da marioneta, conceito aliás continuamente actualizado, e o entendimento do teatro de marionetas como uma linguagem poética e imagética evocativa da contemporaneidade. Procuram-se encontrar novas formas de concepção das marionetas, no limite objectos cinéticos, e novas possibilidades de explorar a gramática desta linguagem teatral, no que diz respeito à interpretação e à relação transversal com outras áreas de expressão como a dança, as artes plásticas, a música e a imagem.

Os 31 espectáculos criados até hoje pelo TMP destinam-se ou a público adulto ou a público jovem e a actividade da companhia divide-se entre as apresentações na cidade do Porto, onde ao longo dos anos criou uma forte corrente de público e uma intensa actividade de itinerância no país e no estrangeiro.



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