Alemanha
MUSEU DA MARIONETA
6 e 7 de Maio às 21h30
Actor-manipulador e marionetas: Frank Soehnle Música: rat’n’X (Johannes Frisch e Stefan Mertin) Encenação: Enno Podehl, Karin Ersching e Frank Soehnle Figurinos: Sabine Ebner Desenho de luz: Karin Ersching Assistência de coreografia: Karin Ould Chih Fotografias: Klaus Kühn Técnica: Mista Público-alvo: M/12 Duração: 65 min. Idioma: Sem Palavras
Salto. Lamento or the nocturnal side of affairs
No campo das marionetas de fios, Frank Soehnle é um dos maiores actores-manipuladores, flexível e minucioso, inteiramente concentrado em todos os seus movimentos e com uma precisão extrema. Verdadeiramente impressionante e a não perder!
Um poema visual conduzido pela música e pelo movimento das marionetas, criado a partir da tradição das Danças dos Mortos da iconografia medieval e inspirado em poetas como Rainer Maria Rilke. Um universo mágico, surreal, estranho, terrífico, peculiar, fascinante e, por vezes, de um intenso humor, no qual as marionetas nos levam para um mundo de metamorfoses fantasmagóricas.
Uma misteriosa gaveta abre-se… escapam mensagens secretas que atraem criaturas fascinantes, metade homens, metade animais, semelhantes a centauros… Seguem o seu caminho através do labirinto da memória onde encontram a morte de mil faces, que, leve, avança e dança…
A música do duo rat’n’X, que colabora há cerca de quinze anos com a companhia Figuren Theater Tübingen, tem criado uma forte presença musical nos seus espectáculos, mas a grande novidade é que os músicos Stefan Martin e Johannes Frisch actuam pela primeira vez no palco, ao vivo, com o marionetista Frank Soehnle. Um trio de música, marionetas e dança.
Figuren Theater Tübingen participou no FIMFA Lx2 com o espectáculo “Flamingo Bar”, onde o público português teve a oportunidade de se maravilhar com as suas peculiares criaturas, para além de uma extraordinária manipulação! Uma oportunidade única de rever um dos maiores nomes do teatro de marionetas contemporâneo.
“Frank Soehnle, inicialmente pintor e escultor, envolveu-se com o teatro para encontrar a resposta à sua pesquisa pela matéria em movimento… socorrendo-se dos maiores autores: Beckett, Maeterlinck, Heiner Müller, Gertrud Stein ou ainda Bruno Schulz. A literatura é para ele o ponto de partida de uma pesquisa sensorial, onde inclui a dança, a música, o jogo de actor, a escultura e o texto.
Esta aliança nas artes inscreve-se na herança deixada pela Bauhaus, em particular por Oskar Schlemmer… Virtuoso da marioneta de fios, encenador da companhia Figuren Theater Tübingen, utiliza várias técnicas, incluindo a máscara, para criar um teatro visual, onde os monstros abrem as portas para o maravilhoso. Para ele, as marionetas são como que veículos para um mundo artificial, próximo das sombras, da memória, do sonho… Em Salto. Lamento, que se inspira na poesia de Rilke e nas danças macabras medievais, esqueletos e criaturas fabulosas despertam, sofrem metamorfoses e desaparecem, por entre as composições do duo Rat’n’X, com clarinete, saxofone e contrabaixo. A morte, noiva imaculada, cheia de graça, mais terna do que terrível, é a rainha deste baile extraordinário, verdadeiro memento mori intemporal". - Naly Gerard, Mouvement: Cahier Spécial 09.
“Esta noite houve magia… Tim Burton encontra Jim Henson nesta bela e poética obra-prima do grupo alemão Figuren Theater Tübingen… É sombrio e assustador… Engraçado, comovente, uma maravilha absoluta… A perícia do marionetista está para além da compreensão. Estas criaturas estão vivas e encantam-nos a partir do momento em que levantam as suas cabeças movidas por fios. E embora nem uma única palavra seja dita durante o espectáculo, nós queremos conhecê-las. Compreendê-las. Porque, para nós, elas são reais e merecem a nossa atenção.
A música ao vivo é maravilhosamente estranha e é uma personagem por si própria. O som conduz o espectáculo e não queremos que nenhum deles acabe. Aqui há magia. É um mundo de sonhos e de pesadelos. De morte e de vida. De fins e de princípios. Comovente e completamente excêntrico. Gostava que tivessem lá estado. Gostava que tivessem visto".
Alex Eades, EdinburghGuide.com
Frank Soehnle… compara esta produção da companhia alemã a poemas visuais… uma descrição que certamente encaixa com Salto. Lamento. Uma delicada dança macabra, entre ele e uma galeria de marionetas… de vários tamanhos. Estas são habilmente ocultadas numa cenografia muito bem executada… Soehnle é o chefe assistente deste elegante cenário, uma câmara dos mortos, manipulando com um toque magistral de luz, criaturas esqueléticas, antes humanas ou animais. Cheio de melodia e magia, o resultado é uma arrepiante lembrança da transitoriedade da vida.
The Times, 13/01/2009
The Times, 13/01/2009
Figuren Theater Tübingen é uma companhia profissional de teatro independente, cujo trabalho de pesquisa procura ultrapassar as fronteiras que separam o teatro de marionetas e as outras artes. Para além do teatro de marionetas e do teatro de objectos, recorrem nas suas montagens a outras artes que interagem em cena, como as artes plásticas, a dança ou a música, com o objectivo de desenvolver novas formas teatrais. Fundada em 1991 pelos marionetistas Frank Soehnle e Karin Ersching, a companhia trabalha com diferentes especialistas independentes, vindos de todas as esferas artísticas. Para além das suas próprias produções, Figuren Theater Tübingen participa em criações artísticas de outros grupos, cria curtas-metragens para os canais de televisão arte/ZDF e 3sat e realiza conferências em diversas universidades. O seu grande mentor é Frank Soehnle, marionetista, actor, encenador e pintor, para além de professor convidado em várias escolas e universidades internacionais. O seu percurso está intimamente ligado à região de Bade-Vurtemberga. Diplomado pela Escola Superior de Música e Arte Dramática de Estugarda, dirigiu durante alguns anos o Figurentheater Karlsruhe, antes de fundar o Figuren Theater Tübingen, uma das companhias de teatro alemãs mais reputadas. Os seus espectáculos são verdadeiros poemas visuais, apresentados e aclamados em todo o mundo, já em mais de quarenta países.
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