WHS - Ville Walo & Kalle Hakkarainen

Finlândia
KESKUSTELUJA (Discussions)
TEATRO MARIA MATOS
7 e 8 de Maio às 21h30

Criação colectiva Performers: Ville Walo e Kalle Hakkarainen Música: Kimmo Pohjonen e Samuli Kosminen/Kluster Figurinos e cenografia: Anne Jämsä Desenho de luz: Marianne Nyberg Técnico de luz: Ainu Palmu Desenho de som: Heikki Isso-Ahola Técnico de som: Joonas Pehrsson Vídeo: Kalle Hakkarainen Filme mudo: “Aelita”, dir. Yakov Protazanov, União Soviética, 1924, Produção: WHS, Kiasma Théâtre, Cirko-Centre for New Circus, Association for New Juggling e Centre des Arts du Cirque de Basse-Normandie Difusão: Ay-Roop Técnica: Objectos, circo, vídeo, magia e dança Público-alvo: M/12 Duração: Aprox. 65 min. Idioma: Sem palavras

Deixe uma mensagem”
Um espectáculo sobre os problemas de comunicação.

Será que podemos acreditar nos nossos olhos? Tudo parece labiríntico e surreal. O palco é um espaço de mudança, de circuitos de imagens. Os últimos recursos da tecnologia digital dão origem a um espectáculo que combina elementos do circo, como malabarismo acrobático e magia, com dança e teatro de objectos, enquanto explora o tema da comunicação e lembra o direito dos seres humanos a terem um espaço seu, um espaço livre de todas as obrigações… uma viagem através dos tempos, coreográfica, singular e alucinante.

Um espectáculo extremamente forte do ponto de vista visual que reflecte sobre o curso do tempo. Superfícies de projecção amovíveis e ecrãs fragmentados de cartão ajudam a criar um território em constante metamorfose, que perturba a percepção entre o que é real e virtual. Imagens de um filme mudo dos anos 20 são combinadas com sequências vídeo do tempo actual. Tempo e níveis de realidade entrelaçam-se e misturam-se.

O título, “Keskusteluja”: discussões, funciona também como um simples impulso para reflectir sobre outras questões, que se escondem debaixo de um humor e estética singulares. Inicia-se com um toque de telefone e as situações que se desencadeiam. Do concreto ao abstracto, de como, por vezes, uma conversa não se baseia apenas em falar, mas também em escrever ou como uma conversa telefónica se pode converter num monólogo, numa comunicação unilateral. Um telefone não liga necessariamente as pessoas, muitas vezes serve para as manter separadas… Deixa questões sem respostas e é precisamente aí que a magia e a arte residem… para além de um final surpreendente…

Uma brisa fresca chega da Finlândia

Poder-se-ia afirmar que o fim do espectáculo dos dois finlandeses Ville Walo e Kalle Hakkarainen, foi o mais estranho de todo o festival. Os dois jovens estão sentados numa cadeira em frente de uma pequena mesa, onde se encontra uma folha branca de papel de tamanho A4. As duas personagens estão a olhar para esta folha sem lhe tocarem – estão a cerca de um metro da mesa – e parecem estar concentrados para atingirem algum fim. Mas qual? Algo prodigioso!
A banda sonora com sons industriais e eléctricos é ensurdecedora; o volume parece estar em constante crescendo. E depois, demora, bastante… até ao limite do suportável para os nossos ouvidos. Os espectadores começam a sair… porque pensam que o espectáculo acabou… E muitos pensam que este fim é uma lógica continuação do que viram durante a última hora: entre malabarismo e técnicas de projecção nos mais sofisticados “ecrãs”. Os que saíram mais cedo não viram a folha de papel dobrar-se sozinha devagar (muito devagar)… em quatro! Como por magia, mas que magia? Não tenho ideia… de qualquer forma saímos com a ideia de que vimos algo prodigioso, no sentido próprio da palavra. E também algo novo num festival de marionetas. Kalle Hakkarainen (i.e. Ville Walo) faz malabarismos com um livro, uma bola branca, com algumas caixas de cartão… mas isto não tem nada a ver com circo! O que estamos aqui a experienciar é definitivamente teatro de objectos, com virtuosismo, mas com intenção e uma linguagem precisa.
P.F.

Keskusteluja… Surrealismo e experimentalismo são as palavras-chave para descreverem esta peça de arte...
Turun Sanomat

WHS - Ville Walo & Kalle Hakkarainen é uma companhia de novo circo, especialmente conhecida pelo estilo muito próprio de malabares de Walo, que se move nas fronteiras do malabarismo, marionetas, teatro, dança, e a escala de expressão singular de Kakkarainen, que passa pelo cinema, teatro de objectos e um novo olhar sobre a magia. WHS tem realizado digressões com os seus espectáculos por todo o mundo.
Ville Walo é inovador, reformista e um verdadeiro pioneiro do malabarismo contemporâneo. No seu trabalho explora novos movimentos físicos e novas técnicas de malabarismo. Desenvolveu o seu próprio estilo, inspirando-se em antigos musicais, principalmente em Fred Astaire e Gene Kelly, mas também nos movimentos artísticos experimentais de inícios do século XX, como o futurismo, Bauhaus e o modernismo russo. Pretende aliar nos seus espectáculos o movimento do corpo, como na dança, e do malabarismo, num conjunto único. É o director artístico de 5-3-1, o Festival New Experimental Juggling, com Maksim Komaro, bem como do Festival of New Circus em Helsínquia.

Kalle Hakkarainen é mágico e videasta. No seu trabalho examina os novos tipos de expressão que a imagem vídeo fornece e as suas capacidades relacionadas com o tempo e espaço. Hakkarainen, como mágico, especializou-se em desenvolver novos truques e novas formas de magia. Ensinou magia em várias escolas de circo e de magia. As suas invenções têm sido publicadas nas publicações profissionais mais importantes de magia, como “Magic-Magazine”. Em 2000 ganhou o terceiro prémio no campeonato mundial de magia (FISM) na categoria de invenções. Ensinou magia em numerosas escolas de circo e de magia na Finlândia. Para além do seu percurso como ilusionista, tem trabalhado como realizador, editor e animador em programas de televisão, anúncios e curtas-metragens.



Sem comentários: