CAMa – CENTRO DE ARTES DA MARIONETA
6 de Maio às 23h30 e 00h15
7 e 8 de Maio às 23h e 23h45
Concepção, cenografia e actor-manipulador: Paulo Duarte Encenação: Paulo Duarte e Renaud Herbin Colaboração: Julika Mayer Som e interface vídeo: Morgan Daguenet Vídeo: Nicolas Lelièvre Desenho de luz: Fabien Bossard Estagiária: Bérénie Plunian Técnica: Marionetas e vídeo Público-alvo: M/8 Duração: 30 min. Idioma: Sem palavras Co-produção: Bonlieu – Scène Nationale d’Annecy
Paulo Duarte já faz parte da história do FIMFA, ao apresentar os seus preciosos espectáculos quando ainda fazia parte do colectivo Pseudonymo e numa residência artística realizada no âmbito do FIMFA Lx5, no Espaço do Tempo, Montemor-o-Novo.
Através deste espectáculo de pequenas formas, Paulo Duarte propõe um universo poético e visual que toca e interroga o modo de como se cria a recordação. Os jogos de percepção e de experiências visuais levantam a questão da subjectividade da memória. Como se formam as recordações? Como diferem? Como é que um mesmo acontecimento se pode recontar e transformar-se?
“Alminhas”: a expressão popular portuguesa designa um monumento à beira dos caminhos que marca um acontecimento. Na expressão “Alminhas”, a metáfora do caminho traz o movimento, o fulgor do pensamento e a recordação em transformação, a imaginação em marcha.
No espaço cénico, metáfora de um altar anónimo, uma personagem movimenta-se pelas suas próprias memórias. A utilização de programação vídeo permite-lhe o confronto com as suas próprias memórias: as do passado e as do presente. As imagens registadas durante a representação são difundidas em diferentes momentos do espectáculo, de forma a criar distúrbios ligados à sua memória: o que acaba de ver é modificado (de sentido e de espaço) pela projecção.
Observar a bela personagem anónima evoluir nas suas próprias recordações, num fascinante encontro entre a projecção vídeo, o actor-manipulador e a marioneta…
Paulo Duarte é licenciado em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto e é diplomado pela ESNAM - École Supérieure Nationale des Arts de la Marionnette de Charleville-Mézières. O seu estágio de Cenografia e Teatro Visual foi dirigido por Josef Svoboda e Leszek Madzik. Depois da passagem pela ESNAM alargou as suas experiências a diversos campos: cenografia, interpretação, encenação, concepção e construção de marionetas, objectos cénicos e teatro de objectos. Trabalhou com Roman Paska, Joan Baixas, Fanfare Mineable, CRÉA – Théâtre de Tournai, Zaven Paré, Allen Weiis, entre outros. Dirigiu diversos ateliês de formação no Institut del Teatre de Barcelona e no AMK (Turku, Finlândia). Fez parte da Cie Pseudonymo e tem participado como actor-manipulador e construtor de marionetas em diversos projectos artísticos de outras companhias, para além do desenvolvimento de projectos pessoais. O seu percurso desenvolve-se no cruzamento de diferentes linguagens artísticas.
A companhia Là Où foi fundada em 1999 por Julika Mayer e Reunaud Herbin, com um conceito em torno da marioneta contemporânea. Em 2007 convidaram o português Paulo Duarte com o objectivo de solidificarem o seu projecto. Reunaud Herbin, Julika Mayer e Paulo Duarte, todos formados em simultâneo pela ESNAM, trabalham nos seus próprios projectos individuais e colaboram nos projectos de cada um conjuntamente, convidando frequentemente outros artistas (marionetistas, bailarinos, coreógrafos, actores, artistas de circo, dramaturgos, artistas plásticos, cenógrafos, videastas, designers de som e de luz, etc.). Là Où é um lugar de questionamento e de afirmação do que pode ser actualmente a arte da marioneta. Trata-se de entregar ao espectador a responsabilidade da sua leitura, interpretação e da reconstrução da sua própria visão, convidando-o a tornar-se um sujeito em acção e um agente do espectáculo.
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